Como ser mais produtivo no ambiente de trabalho hoje em dia
Atualmente, não basta levar em conta apenas os resultados; empresas devem estar atentas às condições profissionais e pessoais dos colaboradores.
Desde os tempos mais remotos, com a servidão e a escravidão, o significado de produtividade sempre foi muito claro: fazer o máximo e mais rápido possível. Nunca houve preocupação com o trabalhador ou o ambiente de trabalho; só com a produção. Felizmente, esse cenário mudou e ainda vem mudando, para melhor, para o trabalhador.
Taylorismo
Em 1911, o engenheiro mecânico norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) criou o taylorismo, também conhecido como administração científica ou gerenciamento científico. A proposta: utilizar o trabalhador da maneira mais eficiente possível.
O foco dessa teoria é na otimização do fluxo de trabalho. Taylor separou a produção em movimentos individuais: analisou e cronometrou o tempo que cada funcionário levava para cumprir cada função. Assim, a remuneração levava em conta a produtividade do trabalhador.
Taylor também dividiu os funcionários entre os que trabalhavam com a produção e os que pensavam em novas formas de execução dos trabalhos. Surgia então o cargo de gerência.
Fordismo
Também tendo em vista o aumento de produtividade e, logo, de competitividade, em 1914 o norte-americano Henry Ford (1863-1947) sistematizou a produção em massa, o chamado fordismo, aplicado inicialmente à indústria automobilística.
Assim como no taylorismo, é fundamental para esse sistema produtivo a especialização do trabalho: cada trabalhador é responsável por uma tarefa específica, tornando-se especialista na área.
A produção em massa, a padronização e a especialização aumentam a eficiência e a produtividade em linhas de montagem, ao reduzir o tempo de produção e o custo dos itens produzidos.
Taylorismo e fordismo são sistemas que revolucionaram a indústria mundial. As teorias que as compõem, porém, não são exclusividades da indústria: foram e ainda são aplicadas a praticamente tudo que envolve trabalho e trabalhadores.
Condições dos trabalhadores
Até então, como podemos perceber, o foco era praticamente exclusivo na produtividade. O trabalhador era pura e simplesmente uma peça da engrenagem.
O filme “Tempos Modernos” (1936), do britânico Charles Chaplin (1889-1997), ilustra muito bem essa condição: embora em tom de comédia, retrata a linha de produção de forma crítica e mostra a alienação imposta pelo trabalho industrial.
No Brasil, os olhares para as condições, tanto profissionais quanto pessoais dos trabalhadores, surgiram mediante imposições por meio de lei. A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), criada em 1943, estabeleceu normas para contratação, jornadas de trabalho, férias e outros direitos do trabalhador.
O trabalho nos dias de hoje
Questões mais avançadas em relação ao bem-estar do trabalhador e à qualidade do ambiente de trabalho são bem mais recentes.
Sobretudo a partir da pandemia de Covid-19 e a prática de home-office, vieram à tona temastão comentadados, como a Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional), caracterizada como um distúrbio emocional.
A síndrome tem sintomas como exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, geradas por situações de trabalho desgastante e muita competitividade ou responsabilidade.
Para entender melhor as características da produtividade e do trabalhador nos dias de hoje, a gente conversou com uma especialista no assunto: a psicóloga Daniela Miranda Suto.
Ela é mestre em Psicologia da Saúde, especialista em Psicologia Positiva, pós-graduanda em Neurociência e Comportamento. Professora no curso de Psicologia na Universidade Anhembi Morumbi, também atua como consultora e trainer no Instituto Kaz.
Produtividade com propósito: é possível produzir mais sem perder o equilíbrio no trabalho?
A produtividade no ambiente de trabalho tem sido pauta constante nas organizações. E não é para menos: em meio a novas dinâmicas, demandas crescentes e transformações culturais, equilibrar desempenho com bem-estar virou um desafio estratégico.
Mas afinal, o que significa ser produtivo de verdade? Mais do que realizar muitas tarefas ou preencher o dia com ocupações, produtividade tem a ver com gerar valor. Ser produtivo é conseguir direcionar energia, foco e tempo para atividades que realmente fazem diferença, tanto para os resultados da empresa quanto para o crescimento individual.
O que nos torna mais ou menos produtivos?
A produtividade está diretamente ligada a fatores emocionais, cognitivos e ambientais. Internamente, estados como estresse, ansiedade, falta de clareza sobre prioridades ou excesso de autocobrança dificultam o rendimento. Já emoções como motivação, sensação de pertencimento e reconhecimento funcionam como combustíveis do desempenho.
O espaço físico também influencia: ambientes desorganizados, barulhentos ou mal iluminados comprometem a concentração. Por outro lado, locais acolhedores, ergonômicos e com estímulos positivos favorecem o foco.
O mesmo vale para o ambiente emocional: uma cultura de respeito, diálogo e empatia contribui para uma rotina mais saudável e produtiva.
Você poderia comentar sobre ferramentas, técnicas e rotinas que funcionam para uma melhor produtividade?
Quando falamos em estratégias práticas, ferramentas como Kanban, Pomodoro e o método GTD (Getting Things Done) se destacam. O Kanban (por exemplo, o Trello) ajuda a visualizar e organizar tarefas. O Pomodoro estimula o foco em blocos curtos de tempo com pausas estratégicas. E o GTD contribui para reduzir a sobrecarga mental, facilitando a priorização. Todas essas metodologias são eficazes, desde que adaptadas ao estilo de trabalho e ao contexto da equipe.
Além das ferramentas, rotinas bem estruturadas fazem a diferença. Começar o dia com intenção clara, evitar multitarefas, incluir pausas regulares e encerrar o expediente com uma breve revisão são práticas simples que mantêm o foco e a energia ao longo da jornada.
Qual o papel dos líderes na produtividade das equipes?
A forma como a liderança conduz as equipes tem impacto direto na produtividade. Líderes que sabem comunicar expectativas, reconhecer esforços e oferecer suporte emocional criam ambientes mais confiantes e seguros, onde o desempenho floresce sem medo ou esgotamento.
Como conciliar produtividade com corpo e mente saudáveis?
É importante lembrar que não existe produtividade sem pausa. O corpo e a mente precisam de descanso para manter o alto desempenho ao longo do tempo. E mais: sentir-se culpado por não “produzir o suficiente” é um reflexo de uma cultura que precisa ser revista. Todos temos dias de menor rendimento, e isso faz parte do ciclo natural do trabalho.
Para quem se sente sobrecarregado, o primeiro passo é reorganizar as prioridades. Depois, vale buscar apoio da equipe, dividir responsabilidades e adotar ações simples: dormir melhor, se alimentar bem, reduzir estímulos e recomeçar com passos pequenos. Produtividade começa pelo autocuidado.
O que as empresas podem fazer?
Felizmente, há muito que pode ser feito sem grandes investimentos. Criar um ambiente de confiança, dar autonomia, valorizar pausas e incentivar a escuta ativa já muda completamente o jogo. Oferecer treinamentos em gestão de tempo, reconhecer boas práticas e respeitar os limites dos colaboradores são atitudes que, além de humanas, são estrategicamente inteligentes.
No mercado de trabalho, por muito tempo quase todo o foco foi na produtividade. Porém, mais recentemente, o trabalhador em si vem ganhando protagonismo. Qual a importância desse movimento?
O mundo do trabalho está mudando. Produtividade hoje é sinônimo de equilíbrio. Quando priorizamos o bem-estar e a organização pessoal, os resultados vêm com mais qualidade, criatividade e constância. Ao colocar as pessoas no centro da estratégia, empresas constroem não só ambientes mais produtivos, mas também mais humanos e preparados para o futuro.
O trabalho na DM
Aqui na DM, não de hoje, estamos muito atentos às condições dos nossos colaboradores, tanto profissionais quanto pessoais.
Além, obviamente, da observação de todas as questões legais envolvidas, sabemos que proporcionar um ambiente de trabalho adequado, respeitar limites e promover o reconhecimento profissional colabora com as questões pessoais.
Promover relações humanizadas entre a empresa e nossos profissionais garantem bons resultados para todos!
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